Formar jogadores e gerar receita para o clube. Este é um dos objetivos do Vilavelhense, clube que vem fortalecendo as categorias de base a cada ano para no futuro próximo voltar ser grande no futebol capixaba. Nesse ano de 2020, a equipe canela verde estava bem no campeonato, vice liderança e perto da fase semifinal, mas por conta do coronavírus o campeonato está paralisado.
O Vilavelhense passa por reformulação, manter o time em atividade em um estado que o futebol praticamente não existe é muito difícil. Mas temos empresários amigos que estão acreditando no trabalho. Precisamos de Organização para trazer as parcerias.
“Como todo clube do estado, o Vilavelhense passa dificuldades, mas tem recursos próprios e de parceiros. O objetivo do clube é formar jogadores, colocar nos grandes clubes e fazer dinheiro para continuar em atividade”, disse o presidente Miguel Trés.
Aos poucos, o Vilavelhense está voltando ao cenário do futebol capixaba, o time é o único que disputa todos os campeonatos promovidos pela Federação. Somos fortes principalmente nas categorias de base. Agora, o próximo passo é o Centro de Treinamento. Localizado na área do antigo campo do 138 no Ibes, o CT do Vila terá um campo de treinamento para as categorias de base e Escola de Futebol, batizada de Escola de Futebol Leões do Vila, área administrativa, alojamento para os atletas, restaurante e local de jogos das categorias Sub 15, Sub 17 e Sub 10.
Leia a entrevista completa com o presidente Miguel Trés
Em qual patamar você almeja colocar o Vilavelhense?
Tudo é uma escala. Me lembro quando o time disputava a primeira divisão, eram tempos diferentes, a equipe tinha bons patrocínios e fizemos bons times, mas as coisas mudaram e o futebol parou de atrair grandes públicos e os empresários se afastaram. Estamos a muito tempo disputando segunda divisão, mas não tínhamos estrutura para chegar à elite do campeonato capixaba, claro que queríamos chegar na primeira divisão, mas a pergunta era, como ficar na primeira divisão sem recursos e sem estrutura. Mas hoje estamos fazendo centro de treinamento com um campo de treinamento, dormitório para os atletas e restaurante. Então o Vilavelhense tem hoje uma estrutura física muito boa. Com isso, nossa missão é sim chegar à Primeira Divisão do Capixaba. Dentro de poucos anos, chegar à Série B do Brasileirão. É o normal de todo mundo. Na medida em que vai crescendo as pessoas, os empresários, os torcedores veem junto, por acreditar num trabalho sério.
De onde vêm os principais recursos do Vila?
Como todo clube capixaba, o Vilavelhense passa dificuldades, mas tem recursos próprios e de parceiros. O objetivo do clube é formar jogadores, colocar nos grandes clubes e gerar receita para continuar em atividade. Entramos na Série B Capixaba com nossos próprios recursos. É deficitária a Série B Capixaba. Então estamos investindo principalmente no CT para formar jogadores e colocá-los nos grandes centros. O Vilavelhense forma muitos jogadores na base. Agora, podemos trabalhar ainda melhor esses garotos em virtude da estrutura boa que teremos. E nos próximos anos, o Vila vai forte tanto na base quanto na equipe profissional.
Em relação à estrutura, em que pé anda a construção do Centro de Treinamento do clube?
A idéia do CT já vem de muito tempo. Estávamos procurando um local para tentar colocar em prática, procuramos alguns parceiros onde poderíamos fazer, fomos até o interior, no município de Iconha, vimos que lá as pessoas gostam muito de futebol e tem um estádio pronto que só faltaria alguma adequações como aumento de arquibancadas, bar e cabines de imprensa, um lugar muito bom para se trabalhar com o futebol. Hoje estamos no antigo 138 unidos, no Ibes, lugar que nos acolheu muito bem, uma parceria muito boa. Como o local de treinamento é muito central, você vê jogadores indo para o campo. Nossa idéia é fazer um clube aberto, criar um grupo de sócios que acompanhem os treinamentos dos atletas.
E porque não conseguiu fechar em Iconha?
A cidade de Iconha ama o futebol, mas como em todo interior do Estado, os estádios são administrados pelo poder público, chegamos a conversar com a prefeitura local, mostramos o tipo de projeto que desenvolveríamos na cidade, iríamos fazer um projeto social que em nada iria afetar as comunidades que usam o estádio. A nossa vontade era abrir espaços para que os garotos da cidade pudessem ser jogadores de futebol profissional. Fomos muito bem recebidos pelo prefeito João Paganini, seu vice Mauri Monteiro e pelos secretários, mas o projeto teria que se passar pela Câmara de Vereadores e tomamos conhecimento que os mesmos não iriam aprovar, por isso resolvemos nos adiantar e fazer em Vila Velha mesmo.
E o estádio? Onde o Vilavelhense mandará seus jogos?
Decidimos realizar nossos jogos no Estádio Kleber Andrade tendo em vista que na nova fase do Vilavelhense, queremos oferecer aos atletas, o melhor gramado e instalações para desenvolverem suas habilidades e, oferecer, também, um local em que os torcedores estejam protegidos do sol ou da chuva e sentados mais confortavelmente.
Assim, temos uma parceria com o Governo do estado, através da SESPORT e os nossos jogos são no estádio Kleber Andrade.
Sobre o Campeonato capixaba da série B, te surpreendeu o Vila está na vice liderança antes da parada por conta da pandemia?
Surpreender não. O Vilavelhense vem trabalhando a muitos anos com esses garotos, os times quem entraram na disputa, entraram por igual, claro que os times do interior as vezes podem fazer melhores contratações por causa de apoio financeiro de prefeituras, se tivéssemos em terceiro ou quarto também não me surpreenderia. Vale lembrar que no ano passado não subimos por detalhes, ficamos em terceiro lugar e a maioria desses jogadores estavam no time.
Diante de todas as circunstâncias, é possível sonhar com o título?
Temos que trabalhar para isso, o campeonato está parado por conta da pandemia, não sabemos como os jogadores irão voltar, estamos bem na tabela e perto da classificação às semifinais, podemos sonhar. Respeitamos a todos, mas precisamos sonhar”, finalizou Miguel Trés.